quinta-feira, 21 de março de 2024

Em audiência pública, promotora defende aprovação de lei contra fogos de estampido

 

Em audiência pública, promotora defende aprovação de lei contra fogos de estampido

“Sou admiradora dos fogos, mas precisamos evoluir com a tecnologia. Depois do que ouvimos e vimos nessa audiência pública, tenho certeza de que todos estão convencidos da necessidade de a Paraíba ter uma lei que proteja os direitos das pessoas mais vulneráveis e dos animais”. Essa foi a avaliação da promotora de Justiça, Danielle Lucena, que representou o Ministério Público da Paraíba (MPPB), na audiência pública promovida, na manhã desta quinta-feira (21/03), pela Assembleia Legislativa da Paraíba. O objetivo foi debater sobre o Projeto de Lei 1.350/2023, que proíbe a queima, a soltura, a comercialização, o armazenamento e o transporte de fogos de artifício de estampido no Estado.

A coordenadora do Centro de Apoio Operacional do Meio Ambiente (CAO/MPPB) ainda lamentou a ausência de deputados que, na semana passada, quando o PL foi à votação, alegaram que precisavam de explicações de interessados e de profissionais sobre os efeitos dos fogos sonoros em pessoas sensíveis e em animais, antes de aprovar o projeto. “Mas acredito que todos assistirão ao vídeo da audiência e que, já como conhecedores da causa, aprovarão o projeto de lei e seu substituto na próxima vez em que a matéria entrar em pauta”, disse. 

“Que cultura queremos perpetuar?”
A audiência foi presidida em quase sua totalidade pelo deputado estadual e coautor do projeto, Francisco José Garcia Figueiredo (Professor Francisco), que apresentou a temática, defendeu o projeto de lei e apelou para a sensibilidade dos colegas deputados para verem a importância de garantir a dignidade da pessoa e dos animais. Ele também destacou que o argumento de a queima de fogos com estampido ser um gesto cultural não é aceitável do mesmo ponto de vista de que não o é a violência contra a mulher, que durante muito tempo foi considerada um ato cultural. “Que cultura queremos perpetuar?”, questionou. 

Sentimento da casa é aprovar lei
Uma parte da audiência foi conduzida pelo presidente da ALPB, Adriano Galdino, que ressaltou a importância da audiência pública e do projeto. Ele avaliou que “o sentimento da Casa é de aprovar essa lei”. No entanto, entendia a necessidade de se garantir junto à lei um período de Vacatio legis (vacância da lei) para possibilitar a adequação das pessoas que têm estoque de materiais, que possam comercializar durante um tempo antes de a lei entrar em vigor. 

Prejuízos e esperança
A autora do projeto de lei, a deputada Paula Francinete Lacerda Cavalcanti de Almeida (Dra. Paula), destacou os prejuízos dos fogos sonoros, principalmente, às pessoas autistas e aos animais. Ela também lamentou a ausência na sessão especial dos deputados que queriam mais explicações sobre a matéria. “Mas tenho esperança que seja aprovada”, disse. 

Depoimentos comoventes
Ainda durante a audiência pública, foram exibidos vídeos de pais de crianças e adolescentes e donos de animais, falando e mostrando o sofrimento imenso desses seres durante a queima de fogos de estampido. Vários profissionais de áreas como psicologia e medicina humana e animal também se juntaram ao coro dos que defendem a aprovação da lei proibindo fogos sem barulho e prestaram depoimentos comoventes. Além dos deputados e de representantes do MPPB, participaram da audiência integrantes da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), dos conselhos regionais de Medicina (CRM) e de Medicina Veterinária (CRMV) e de comerciantes e fabricantes de fogos de artifício. 

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